23 de abr. de 2007

Projeto Água de Chuva: impressões e providências

Após duas semanas de espera, finalmente choveu lá no meu pedaço.
Pude então apreciar in loco o resultado de todo o esforço dispendido no projeto de coleta de água de chuva. Vamos aos fatos:
  1. O volume de água é apreciável. Eu não fechei por completo as saídas de água existentes na laje e dada a localização do coletor, somente o excesso de água é coletado. Ou seja, uma chuva fraca não vai alimentar o sistema. O que é bom, já que segundo a teoria, a primeira água ou a água de uma chuva fraca é mais contaminada e imprópria para uso. Mas apesar disso, coletei quase 500 litros em menos de 30 minutos de chuva. O que gera certa inquietação quando ao "ladrão". Eu estou usando como ladrão, uma mangueira de jardim, e tenho sérias dúvidas de que ela tenha vazão suficiente para o volume de água que eu vi chegando. Talvez seja realmente necessário um sistema mais eficiente.
  2. A qualidade da água é razoável. Apesar do coletor de primeira água, ainda vem muita sujeira do telhado, o que torna obrigatórios a peneira e o pano para eliminar a sujeira grossa. Mas tive que rever o esquema do pano. Eu coloquei o pano na boca do container, dobrado em quatro, com as bordas para fora da boca. Resultado: a boca ficou rasa e a água transbordou fácil, além do pano ficar encharcado, facilitando o escoamento da água para fora do container. Assim, tive que fazer uma adaptação, e construi com o pano um coador parecido com os antigos coadores de café de pano. Não tive mais chuva para testar essa nova montagem, mas me pareceu bem segura.
  3. Também usei um filtro de areia para poder usar a água na máquina de lavar roupas. Usamos somente para a primeira etapa do molho, devidamente filtrada e com um pouco de cloro para garantir um mínimo de qualidade. O filtro de areia é simples, feito com uma bacia plástica cheia de pequenos furos no fundo, forrada com um tecido reciclado de PET, usado no fundo de vasos com plantas para segurar a terra. Depois, vem uma camada de brita (pedra para concretagem), uma camada de areia (de construção mesmo), e uma última camada fima de brita, só para segurar a força da água e não deixar a areia se mexer muito. Isso é suficiente para garantir uma água bem clara e livre de sujeira. O único trabalho mais chato é lavar várias vezes a areia com água limpa (eu usei a própria água da chuva) até que ela pare de sujar a água.
  4. A montagem agüentou bem. Não tive nenhum vazamento sério (um ou outro ponto em que aparece uma gota, fácil de remendar) e não percebi nenhum problema estrutural. A gaiola do container aguentou o peso sem chiar, mas o container em si me deixou preocupado. Acho que, como eu temia, ele não pode ficar cheio sem a gaiola. Ele sofreu algumas deformações razoavelmente grandes e preocupantes, e acredito que se eu tivesse optado em furá-lo para colocar as conexões, ele poderia ter rasgado. Isso vai gerar algumas alterações e um pouco mais de trabalho. Preciso esvaziar o container, remontar a gaiola, colocá-lo na gaiola e construir uma base para que ele fique em cima. Como a torneira dele fica bem embaixo, ele não pode ficar no chão. Tenho uma estrutura de madeira, que não serve para nada além de depósito de tranqueiras, que pretendo converter em base. Se ela agüenta quase 700 kilos é outra história, que só será demonstrada na prática (se não aguentar, vai ser engraçado ver aquele container tombando e derrubando 600 litros escada abaixo).
Para uma primeira vez, considero o projeto muito bem sucedido. Lavamos roupa com a água, temos uma mangueira para lavar a garagem e usei até no banheiro (por pura curiosidade de calcular o volume necessário para uma descarga). Depois dos ajustes necessários, vamos ver como vai ficar.

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