28 de nov. de 2007

Projeto Água de Chuva

Voltando ao "bovino glacial" (pra quem não se ligou ainda: "vaca fria"), como diria meu velho e sumido amigo Alexandre Foggetti, eis que tenho a relatar algumas observações e conclusões sobre este projeto tão acalentado, tão sonhado e hoje em fase de produção (nossa, que exagero!).
O coletor funciona muito bem, a "trilha" que eu cavei na laje faz a água descer que é uma beleza pelos canos e agora, com a época das chuvas, o contêiner (aprendi semana passada que a palavra é assim, devidamente abrasileirada) está sempre cheio.
Diria mais! Cheio demais, até!
Como nem tudo são flores na vida, o projeto tem alguns problemas. Vamos a eles:
  1. A água chega a ser excessiva. Como eu temia, o ladrão feito somente com a mangueira de jardim não dá conta de escoar toda a água que desce e uma chuva mais prolongada vai transbordar o contêiner rapidinho. Preciso pensar num sistema de limitação da vazão e também num sistema de ladrão mais eficiente. Tudo se resolveria se eu pudesse ter um sistema fechado, mas a sujeira que vem com a água não me permite isso, como comento abaixo;
  2. A água é muito suja! Não importa a força da chuva, o telhado parece que nunca fica limpo. Da última vez eu coletei até uns pedaços de isopor (de onde veio, não faço idéia) na peneira que uso pra tentar segurar a sujeira mais grossa (sem contar as penas e cocô de pombo que volta e meia pintam por lá também). E mesmo com o "coador de pano" que eu fiz, o container está bem sujo, com muita sujeira depositada no fundos e nas laterais. O que invalida o uso da água para outra coisa que não seja lavar o chão, e desconfio, somente o chão externo da casa.
    Preciso urgente de um filtro de areia na entrada do container. Tentei fazer um pequeno, usando o cano de 4", acoplado diretamente na boca do cano que dá para a entrada do contêiner, mas a vazão dele ficou ridícula. Além disso, fechado e lacrado como ficaria, eu acabaria acumulando a sujeira grossa no próprio cano e receio que junto com ela, todo tipo de agentes biológicos e não-biológicos hostis.
    Pensei então em um filtro largo, construído com alguma caixa, e usando uma tela em cima para separar a sujeira grossa. O problema é que isso me forçaria a ter dois sistema de ladrão: um para o contêiner e outro para o filtro. Se ainda não consegui fazer nem o do contêiner, que será hiper-necessário, imagine fazer dois.
    A opção seria fazer a saída do filtro entrar no contêiner de forma fechada. Daí, caso o contêiner encha totalmente, somente o ladrão do filtro seria necessário, escoando o excesso. Só não sei como fazer isso sem furar ou estragar o contêiner. Ó, dúvida cruel.
  3. Além disso tudo, a sujeira já fez com que a saída do tubo de coleta de primeiras águas entupisse, o que aumenta muito a vazão para o contêiner. Quando isso aconteceu eu não estava em casa e segundo meu pai, parecia uma cachoeira caindo, enchendo o contêiner e vazando pelo menos a mesma quantidade pra fora, o que só aumenta a necessidade do ladrão.
O pior é que tenho que ser rápido, pois com as pancadas de chuva que costumam acontecer em São Paulo, é bem provável que eu provoque uma inundação em casa.

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