No final de semana, descobri - para meu desgosto - que a minha laje é um lixão! Não é possível que tanto lixo se acumule simplesmente sendo carregado pelo vento. Deve haver algum tipo de caminhão flutuante que despeja todo o conteúdo da caçamba em cima da minha laje.
Ok, Ok! Crise de exagero terminada.
Vamos aos fatos: a saída do coletor de primeiras águas entupiu de novo, o que estava provocando verdadeiras enxurradas no coitado do filtro de areia. Ele não dava conta e vazava pra todo lado.
O pior é que a gambiarra que eu havia montado apenas para direcionar o fluxo não aguentou o volume de água e virou um chafariz, jorrando litros e litros pra cima.
Claro que descobri isso da pior maneira: estava lá, tentando desentupir a saída do coletor quando sou carregado por uma verdadeira onda, que me lavou (ou sujou, dependendo de como se considera a qualidade da água da minha laje) inteirinho.
O que provocou o entupimento foram alguns pedaços razoavelmente grandes de plástico transparente. O que essas coisas estavam fazendo no meu telhado, eu ainda não entendi. E não era nada parecido com rabiola de pipa, não. Pareciam pedaços de saco plástico, como esses de feira.
Dado o desastre, resolvi tomar três providências:
Tenho que descolar o fundo do coletor de primeiras águas. O treco tem que ser destacável, porque necessita de manutenção periódica e eu não posso me dar ao luxo de tê-lo entupido toda semana.
Fechar a saída de água que vai para o filtro com um cup de 3". Deixei propositadamente sem cola, preso com arame (um milagre da engenharia! Aguardem as fotos), para avaliar se aguenta a pressão da água. Assim, farei nele um furo que garanta uma vazão compatível com o filtro de areia e, como não estará colado, permitirá limpá-lo quando necessário (dado os pedaços de lixo que descem por ele, isso pode ser toda semana).
Criar uma peneira ou rede para a entrada do tipo de coleta da laje. É, eu me rendo. Não dá pra evitar isso, pois não quero mais aquele lixo todo descendo pelos tubos e entupindo tudo. O chato disso é que vai me obrigar a fazer visitas periódicas à laje, o que não é muito fácil, já que meu único acesso à laje é através do meu vizinho, que pode não gostar de me ver arrastando uma escada pra cima da sua laje. Mas acho que não há saída.
Diante disso tudo, a conclusão a que chego é: o sistema de coleta água de chuva deve prever um reservatório inicial, que possa receber sem problemas a água mais suja, e dele, passar para a filtragem e armazenagem final (de preferência coletando somente a água superficial, depois de decantada a sujeira). Também deve haver um sistema que permita separar a sujeira grossa da água. Alguns sites que visitei apresentam sistemas acopláveis ao encanamento que fazem essa separação, mas que são caros demais para um projeto caseiro como o meu e são instalados no lado externo das residências, o que não é o meu caso.
No final das contas, tudo seria muito mais fácil se eu tivesse uma área externa onde podesse fazer toda essa instalação. Mas infelizmente eu não tenho, então, meu projeto acaba sendo mais complicado do que seria o normal.
Mas ainda estamos trabalhando. Afinal, eu sou brasileiro e não desisto nunca.
Mentira, claro. Também sei desistir quando necessário. Mas ainda não é a hora pra isso.
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