21 de jan. de 2008

Harry Potter

Tenho que confessar que eu nunca fui muito fã (na verdade, nada fã. Muito pelo contrário!) das desventuras do bruxinho inglês. Sempre achei aquelas histórias meio infantilóides e escapistas ao extremo, o que de pronto me afastou dos livros e por conseqüência dos filmes.
Nada contra ficção escapista, mas achei a reciclagem dos conceitos de bruxos bonzinhos, varinhas de condão e vassouras voadoras muito pobre e tola. Deve-se a isso também o meu total desprezo pelo gênero.
Mas dei uma chance aos filmes, pelos nomes envolvidos na produção e também por algumas críticas positivas, em especial a partir do terceiro filme.
Os dois primeiros são bonitinhos até, leves e descompromissados, dá pra assistir com o filhote sem problema, apesar de um ou outro susto e medo. Mas a partir do terceiro, há mais elementos sinistros e assustadores (até a fotografia do filme, bem mais escuros que os demais, ajuda nisso), e tive que isentar o guri de assisti-lo.
O problema é que a pouca simpatia que comecei a nutrir pela autora e pela obra como um todo ruiu neste terceiro filme, justamente por este capítulo trazer à tona alguns elementos que, se auxiliam no fator diversão e drama, por outro lado abrem espaço para fissuras no universo mágico, já tão fantasioso, complexo e emaranhado. Alguns desses elementos chegam a ser um atentado contra a inteligência do leitor e/ou espectador. Vamos a eles:


SPOILER: FIQUE AVISADO DE QUE A PARTIR DAQUI, O TEXTO PODE ESTRAGAR SURPRESAS DO FILME E DA SÉRIE!









  1. Viagem no tempo. Clichê absoluto no cinema, o filme se utiliza da viagem do tempo para resolver todos os problemas (Tá chato? Tá ruim? Fez cagada? Volta no tempo e conserta tudo!), e saca o famoso paradoxo circular "passado gerando futuro que gera passado" (o viajante do tempo que salva ele mesmo, e provoca os eventos do passado que construiram seu futuro). A viagem no tempo usada no filme é tão tola que só se justifica como um desejo da autora de explorar o tema (o que fez de forma bem primária, diga-se de passagem). E se uma estudante de magia chinfrim como a Hermione (Emma Watson) pode ter acesso a viagens no tempo (só para poder frequentar aulas que ocorrem no mesmo horário, dããã!), que dirá magos mais poderosos e sábios (mesmo os maléficos). Já pensou a bagunça? Valdemort voltando no tempo e matando Dumbledore jovem e os pais de Harry Potter antes de ele nascer? Harry voltando no tempo e impedindo a morte de seus pais? Ou o nascimento do próprio Valdemort? É fácil perceber como o uso de um recurso tão poderoso torna aquele universo incoerente, mas mesmo assim, o recurso é usado sem a menor conseqüência.
  2. Prisão de inocentes. Com tantos recursos à disposição (incluindo a já citada viagem no tempo), como vidência, chapéus que lêem pensamentos, magias de todo tipo (para forçar a dizer a verdade), sucos e poções de vários tipos (porque não um soro da verdade?), como é admissível que Sirius Black tenha sido preso em Azkhaban por doze anos, mesmo sendo inocente? É uma forma segura de destruir a coerência do universo de magia de Harry Potter.

Desse jeito, o final mais correto para a saga de Harry Potter seria ele acordando e percebendo que tudo foi um sonho (sonhos não precisam de coerência, certo?), provavelmente sua forma de escapar à cruel realidade em que vive, morando com tios perversos após a morte de seus pais.
É, acho que eu tinha razão em não querer me enveredar pelos livros e filmes dessa série...

2 comentários:

Anônimo disse...

oi tudo bem? acabei de ler a sua critica em relação ao filme de harry Potter, e se ver de longe que voce realmente nunca leu os livros, cujos quais fala desses suas Incoerências, um exemplo no terceiro livro explica sobre a tal viagem do tempo. O vira tempo, o objeto que Hermione utiliza durante seu terceiro ano em Hogwarts, é um instrumento que faz o bruxo voltar ao tempo no maximo alumas horas, não mais que isso, ou seja suas ideias maravilhosas para utilizar o vira tempo vai por agua baixo neste ponto pequeno... afinal nennhum bruxo consegue viajar no tempo mais que horas, e para utilizar um é necessario a autorização do ministerio da magia, ou seja, Voldemort não teria acesso á um, já que ele não poderia simplesmente pedir para o MM para poder utilizar, pois sem autorização o vira tempo não funciona!
e seu ponto de que prender um inocente... vamos para a justiça que vemos todos os dias, em especial em tempos de eleição ou num caso serio, como um exemplo de drogas e coisas afins, os policias querem mostrar serviço, pois isso é o que tranquiliza a população, em especial duarente uma guerra, ou algo do tipo, como aqueles que lerem o livro sabem... que quando os pais de Harry Potter foram mortos, e tento o Sirius Black o fiel do segredo (n sabe o que é isso? é so procurar na net que fala o é) e varias provas em torno dele, e uma guerra a solta e a população querendo justiça, a unica saida vista por todos foi pegar o principal suspeito e prende-lo... e claro tem aquele grande e poderoso fator, nem mesmo em julgamento pode se usar o soro da verdade... e claro como citei mais a frente, a sua brilhante ideia de voltar ao tempo e ver como tudo realmente aconteceu, não tem como, já que o ocorrido no tempo cronologico do terceiro livro foi 12 anos antes, e como só pode viajar por alguns hora, essa ideia logicamente seria a pior!
por essa e outras, antes de criticar alguma obra, mesmo aquelas que voce não goste, estude afundo sobre a mesma para depois criticar, pois falar de algo que voce não tem conhecimento só mostra a pessao ignorante que é... E deixou-lhe mais uma coisinha para voce, como um professor na facul me falou uma vez, 'quando queremos criticar, temos que conhecer, pois demonstrar falhas no conhecimento, demonstra que sua critica não é valida!'

Mauricio disse...

Como dizem por aí: CARACA!!!
Mas continuo achando Harry Potter superficial, e incongruente, escapista e fraco. Por mais "complexo" que o universo das história possa ser.
Não sou crítico profissional, não tenho formação para tanto e nem é o meu intento.
Mas critico o que vejo, o que gosto e o que não gosto.
Um direito que me outorga uma coisinha chamada "liberdade de expressão". Sacou?
E se você faz "facul" (sic), espero que o seu professor lhe ensine a escrever melhor. E a pensar por si mesmo. E não se esconder quando criticar alguém, paa permitir um verdadeiro debate.
Ah, e eu também deixo uma coisinha para você: o fato de você gostar de uma obra qualquer não a torna isenta de críticas. Reconhecer os pontos fracos das obras que gostamos é conhecê-las por inteiro.