Não que eu vá começar uma série de posts na linha "Eu odeio..." (mas já deve tem um ou dois por aí...), mas eu odeio festa junina.
Quando criança, era obrigado a me vestir com aquelas roupas ridículas, tornadas ainda mais ridículas pela minha mãe, que enchia a roupa de retalhos "de mentira", para simular roupas remendadas, e que incluia um tenebroso e horripilante retalho em forma de coração na bunda. Sim, você leu certo: coração. E na bunda! Isso seria considerado incentivo à pedofilia hoje em dia. Mas naquela época, não, é claro! Acho que a pena por expor uma criança a um ridículo dessa magnetude deveria ser de pelo menos umas 100 chibatadas.
Além disso, claro, eu era obrigado a ir com um bigode e um cavanhaque feitos com lápis para contorno dos olhos, artigo comum nas bolsas femininas. Eu ainda não sei o que me dava maior desgosto, se a "barba" falsa ou o retalho de coração.
Para completar, aquele mico básico de fingir que estava dançando, tendo que obedecer às ordens das professoras e tentar entender alguma coisa daquelas letras horríveis das músicas da quadrilha, sem sentir nenhum prazer naquilo.
Aliás, o nome da dança é mais que apropriado, eu diria. Só mesmo mentes criminosas unidas com objetivos funestos poderiam perpetrar tamanho crime contra a inocência e bem-estar de nossas crianças (no caso, eu).
De positivo, talvez, só os doces (em especial aqueles de abóbora, batata-doce e batata-roxa, iguarias que até hoje eu adoro) e as brincadeiras, como pescaria e jogar bolas de meia na pirâmide de latas, para ganhar prendas. Mas mesmo essas coisas boas ficam ofuscadas pelas lembranças vergonhosas do "figurino", "maquiagem" e "performance artística".
Talvez assim as pessoas entendam porque eu não fico nem um pouco entusiasmado quando me convidam para festas juninas.
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